Portugal é um dos 41 países que já cumpriram com as metas traçadas no Fórum Mundial de Educação de Dacar (Senegal), em 2000. O País ocupa o 34º lugar da classificação – que inclui 127 países – apresentada ontem pela UNESCO, durante um encontro na capital do Brasil. O relatório mundial `Educação para Todos’ (EFA), divulgado em Brasília, baseia-se nos índices de educação dos países, tendo por referência os objectivos assumidos em Dacar. Os grandes objectivos mundiais para a educação incluem a expansão da educação básica, mas também a criação das condições adequadas de aprendizagem, o `Imperativo da Qualidade’, referido pela UNESCO, a organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. A Guiné-Bissau e Moçambique aparecem entre os últimos lassificados, em 125.º e 121.º, respectivamente. Juntamente com os outros países africanos de língua portuguesa – Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – estão entre os 35 que não deverão alcançar as metas EFA. « Será difícil mudar a realidade desses países. Enquanto não se conseguir colocar a educação como prioridade, não vamos conseguir sair de uma situação de atraso », referiu Jorge Werthein, representante da UNESCO no Brasil. Entre os dados mais relevantes do relatório é referido que o número de crianças que frequentam a escola é o mais elevado
de sempre. Por outro lado, ainda existe uma grande percentagem de estudantes que abandonam os estudos prematuramente. De acordo com o documento, num terço dos países avaliados menos de 75 por cento dos alunos chegam ao quinto ano de escolaridade. As análises mostram ainda que os níveis de desempenho dos alunos são muito baixos nos países com rendimentos médios e fracos e entre os grupos desfavorecidos de certos países industrializados, chegando ao fim do ensino primário sem um mínimo de conhecimentos.